Primeiro dia do EMUSE reuniu autoridades das políticas de museus, memória, patrimônio e educação e centenas de educadores museais do Brasil

Começou nesta quinta-feira, 6 de julho, o I Encontro Nacional de Educação Museal (EMUSE), evento que segue até o dia 8, em Cachoeira, Recôncavo da Bahia, para debater a Política Nacional de Educação Museal (PNEM) e as estratégias para a sua efetiva implementação nos âmbitos federal, estadual e municipal. Autoridades do campo se fizeram presentes, junto a centenas de educadores museais do Brasil, num dia marcado por discursos afirmativos, de retomada democrática e emoção coletiva. O EMUSE ainda se configura como o lançamento das conferências temáticas prévias à 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC), que acontecerá em Brasília no mês de dezembro.

Realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) em cooperação com o Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC), através de convênio com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o EMUSE tem suas atividades concentradas no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL/UFRB).

No turno matutino, participantes se dividiram entre o minicurso “Educação museal: conceitos básicos e práticas em educação museal”, ministrado pelas educadoras museais Andréa Costa e Ruth Vaz com foco nos profissionais da rede de educação básica da região, e seis mesas de apresentação de um total de 44 trabalhos selecionados de todo o país: artigos, teses, dissertações e relatos de experiência, divididos em “Perspectivas teóricas, epistemológicas e metodológicas do campo da educação museal”, “Educação museal, ciências e tecnologias”, “Parcerias e relações comunitárias”, “Patrimônios, territórios e comunidades”, “Experiências acessíveis” e “Gestão das práticas educativas”.

À tarde, o auditório do CAHL foi tomado por performance poética de artistas locais do Portuário Atelier Editorial, abrindo os trabalhos vespertinos. Em seguida, a mesa oficial de abertura foi apresentada pelas coordenadoras gerais do evento: Marielle Costa, do IBRAM, e Daniele Canedo, do OBEC. Convidados para compor a mesa, estiveram Fernanda Castro, presidenta do IBRAM; Roberta Martins, secretária dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MinC); Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC; João Gustavo Andrade, chefe do Escritório Técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Cachoeira; Luciana Mandelli, diretora geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC); Fábio Josué dos Santos, reitor da UFRB; Dyane Reis, diretora do CAHL/UFRB; e Eliana Gonzaga, prefeita de Cachoeira. Falas contundentes reverenciaram a democracia, o direito à cultura e à educação, a importância da participação social na construção de políticas públicas e a trajetória e desafios da educação museal brasileira.

Neste contexto, Mona Nascimento, museóloga responsável pela Coordenação de Programação do EMUSE, subiu ao palco para dar início à homenagem à Professora Dra. Maria Célia Teixeira Moura Santos, museóloga e educadora, referência da educação museal no Brasil, surpreendida por discursos de tributo, pela presença da família e aplaudida com louvor pela plateia lotada.

Logo na sequência, deu-se início à mesa “Políticas públicas nacionais: experiências exitosas e perspectivas de construção de um Programa Nacional de Educação Museal”, no intuito de conhecer mais de iniciativas públicas que possam servir de referência para a execução da PNEM. Deram seus depoimentos Luciana M. Gottschall, responsável pela Gestão Orçamentária e Financeira do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC; Nide Nobre, socióloga especializada em Demografia; e Lia Calabre, pesquisadora em políticas culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), com mediação de Marielle Costa.

Ao final, participantes foram convidados à Praça 25 de Junho, no conjunto arquitetônico histórico e tombado de Cachoeira, para prestigiar feira de produtos, gastronomia e artesanato locais promovida pela Casa PretaHub, ali sediada, espaço de economia colaborativa de cunho econômico e cultural, de difusão e preservação artística da cultura negra.

O EMUSE está tendo transmissão ao vivo de suas principais atividades pela TV UFRB (www.youtube.com/@TVUFRB).